Sim, nós sabemos que o título do blog não é mais que um roubo indecente do nome de uma faixa de Refused. Mas, além de encaixar bem, é um título bonito, não é?
sexta-feira, 24 de julho de 2009
The Boat That Rocked (2009)
Um tributo ao rock ’n roll dos anos 60
Fui ver The Boat That Rocked ontem, no dia de estreia, e fiquei muito agradado com o resultado final. Tal como já tinha notado no trailer este filme é uma comédia mesmo ao estilo de Richard Curtis, complementada por um excelente elenco de actores e uma fantástica banda sonora.
Estamos nos anos 60, época áurea do rock ‘n roll e da criação de rádios piratas. O filme começa com a chegada de Carl (Tom Surridge) à Radio Rock, uma rádio pirata cujo dono é Quentin (Bill Nighy) que juntou uma série de DJs (Philip Seymour Hoffman, Rhys Ifans, Nick Frost, Chris O' Dowd, Rhys Darby, etc) para passar música 24 horas por dia, sem interrupções. Eles são adorados pela população mas detestados pelo governo, que vai tentar tudo para acabar com a Radio Rock.
A realização/argumento está a cargo de Richard Curtis, criador de Love Actually (2003) e responsável pelo argumento de Four Weddings and a Funeral (1994) e Notting Hill (1999). Embora seja um tema totalmente diferente, a abordagem é semelhante. É uma comédia que não desdenha totalmente a vertente romântica de Curtis. Como já é hábito nos seus filmes, existe uma grande preocupação no desenvolvimento das personagens e cada uma tem direito ao seu próprio background. Contudo o argumento está um pouco aquém do que esperava. Duas horas e nove minutos é um pouco demais para um filme deste género, isto porque me pareceu que focou pormenores não muito relevantes e que tentou encaixar demasiado no filme. Mas isto também mostra o quanto Curtis gostou de fazer este filme. O retrato dos anos 60 está relativamente fidedigno e nota-se uma clara nostalgia para com aqueles tempos.
The Boat That Rocked vive sobretudo do conjunto de actores que participa no filme. A interacção entre eles é tão natural e divertida que somos de imediato transportados para aquele espaço sem lei e regras. Segundo um documentário que vi acerca do filme, os actores passaram algum tempo a viver todos juntos num barco antes da rodagem do filme, para se conhecerem melhor. Estão todos de parabéns, especialmente Philip Seymour Hoffman que mostra a sua versatilidade enquanto actor interpretando The Count, e Chris O’Dowd como Simple Simon também foi uma boa surpresa. O grupo foi muito bem escolhido, pois encaixam nos respectivos papéis na perfeição e nota-se que realmente passaram um bom bocado a gravar o filme.
O outro ponto forte é sem dúvida a sua banda sonora. Cinco estrelas. Para um filme sobre uma rádio pirata nos anos 60 a música não desaponta e todos os fãs do rock ’n roll desta década vão ficar deliciados com os artistas que marcam presença. Este filme consegue juntar grandes clássicos da época e adequá-los a cada cena. Ao que parece Richard Curtis procurou fazer um filme onde a música estivesse sempre presente e The Boat That Rocked foi o filme prefeito para celebrar uma das melhores décadas de sempre para a música. Desde The Kinks até The Who, passando pelos Beach Boys, os grandes estão quase todos cá. Só tenho pena que, com uma banda sonora recheada de grandes canções, não tenha sido usada nenhuma música dos Beatles, era a cereja em cima do bolo.
Em suma, este filme tem como principal objectivo divertir-nos e prestar um tributo ao que de melhor já se fez na indústria da música. Quando o filme acabar vão dar por vocês a cantarolar algumas das canções, com um sorriso na cara.
7.5/10
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