sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Happy-Go-Lucky


No outro dia fui ver o Happy-Go-Lucky com a minha irmã. No final do filme as opiniões dividiam-se. Eu saí da sala bem disposto, encantado com a performance da Sally Hawkins, mas a minha irmã saiu um pouco decepcionada, reclamando que não percebeu o objectivo do filme. Depois de reflectir um pouco sobre o assunto, expliquei-lhe que, para mim, o filme quis mostrar que nós devemos viver um dia de cada vez (tal como a tradução do título indica), tentando reagir às adversidades de forma positiva. Ela concordou, mas de certa forma soube-lhe a pouco. De facto, se for esse o objectivo do realizador, a mensagem do filme não é muito original.

Na viagem de autocarro para casa, chegámos à conclusão que o filme não tem propriamente uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Ele acaba exactamente como começa, e a grande conclusão é que ela, a Poppy (Sally Hawkins), é feliz. A personagem principal não aprende nenhuma lição no final e ficamos com a sensação de que nós também não, excepto, claro está, que temos de encarar a nossa vida com uma atitude positiva.

Happy-Go-Lucky apenas retrata a vida de uma professora da primária que encara o mundo com uma alegria fora do normal. É simples. Mas porque será que isto não nos chega? Porque será que não nos conseguimos identificar com a Poppy? Será que, lá no fundo, a consideramos uma fraude? Ninguém pode ser assim tão feliz...

Ou será que somos demasiado cínicos para poder realmente perceber este grande filme?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

V/A

Uma das melhores bandas da cena instrumental norte-americana , The American Dollar , e Samuel Jackson Five, uma das melhores bandas do post-rock europeu . Em comum? Além de serem duas bandas excelentes? Só mesmo terem lançado dois dos melhores álbuns de '08,só isso...



The Samuel Jackson Five

- Actualmente, dizer "um bom álbum post-rock" é o suficiente para causar desconfiança e levantar o sobrolho a muito boa gente . É normal. "A cena esta cheia de copycats", dizem eles. E não acontece o mesmo em todas as cenas? Mas isso é uma outra conversa,para outra altura. O que interessa aqui é que "Goodbye Melody Mountain" é, sem duvida, um bom álbum. Claro que The Samuel Jackson Five não são propriamente novatos, estes noruegueses já tinha feito furor com o álbum anterior, "Easily Misunderstood" , mas isso não retira o valor do GMM, que surpreende devido ao seu ambiente experimental e ainda assim, relaxado. A banda mistura o seu post-rock com jazz, math rock e rock progressivo, conseguindo um som bastante próprio, que em nada tem a ver com o som da legião de imitadores de Mono/Explosions in the Sky.

( A faixa do vidéo é "antiga"; não encontrei nada no utube do GMM )







The American Dollar

- The American Dollar foi uma das maiores descobertas que fiz em '08. Este duo norte-americano ( now that's a shocker! ) toca um post-rock com muitas influencias electrónicas, aka indietronica, à la Lights Out Asia, A Lily, Laymar e Lymbyc Systym .Com loops e programming capazes de deixar 65daysofstatic invejosos, "A Memory Stream" é um album consistente como poucos ; o duo percorre tudo desde pianos dramáticos, crescendos esmagadores e guitarras melancólicas, conseguindo manter sempre um nível de qualidade muito alto. Este video é uma prova disso mesmo ...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sideways


Sendo eu um fã de comédias indie, já há alguns anos que ansiava ver o tão aclamado "Sideways". Foi um dos poucos filmes de 2004 que tive muita pena de não ter visto.
"Sideways" é de facto uma comédia brilhante!

Miles (Paul Giamatti) é um escritor frustrado e divorciado que decide organizar uma viagem para celebrar a despedida de solteiro do seu amigo Jack (Thomas Haden Church). Os dois amigos, com personalidades completamente opostas, partem então numa tour durante uma semana na descoberta do mundo dos vinhos pela Califórnia, que é uma das grandes paixões de Miles. No entanto, esta viagem não se resume a provas de vinhos e partidas de golfe e irá acabar por significar algo mais para ambos.

É uma viagem de autodescoberta, onde todo o elenco brilha. As personagens que nós vemos podiam ser perfeitamente pessoas reais e é esse realismo nas interpretações que torna as personagens credíveis e muito interessantes. O argumento é simplesmente fantástico, sendo que contém algumas das cenas mais hilariantes que alguma vez vi no mundo do cinema. A realização de Alexander Payne é primorosa e a banda sonora está perfeita para o conceito do filme.

No geral, este filme é um must see! Obrigatório para apreciadores de comédias inteligentes.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Fargo


Carl Showalter: You ever been to Minneapolis?
Gaear Grimsrud: Nope.
Carl Showalter: Would it... kill you to say something?
Gaear Grimsrud: I did.
Carl Showalter: "No." That's the first thing you've said in the last four hours. That's, a fountain of conversation there, buddy. That's a geyser.