sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Let Me In (2010)

Respeito é bom e é bonito

Primeiro que tudo, deixar bem claro :é claro que este "Let Me In" não está ao nível do original sueco. Nem tenta estar... Matt Reeves, o argumentista e realizador deste remake tem, acima de tudo, um respeito imenso pelo trabalho de Tomas Alfredson. Às vezes demasiado respeito, ao ponto de usar os mesmos diálogos, os mesmos ângulos. Das poucas alterações que introduziu, destaco a curiosidade do Owen ( o Oskar deste remake ) ao olhar para o mundo dos adultos, tão distante. As metáforas visuais, com lentes, telescópios, focagem e desfocagem, são mais que muitas, e subtis. Ao contrario das partes mais sangrentas, que de subtis têm pouco, e desconcentram um bocado, especialmente porque a mood do resto do filme é gelada. O desempenho dos miúdos está fabuloso, quase ao nível do original. Especialmente o Kodi Smit-McPhee como Owen. Confuso e aterrado ao mesmo tempo, é fácil ver a duvida e a desorientação, própria dos 12 anos de idade, a pairar na cara do miúdo . De destacar também os (sempre) optimos Elias Koteas e Richard Jenkins nos papeis secundários. Ambos transmitem um ar cansado e resignado ao filme, o exacto oposto ao olhar de Owen, assustado mas curioso.

Enfim , vão haver sempre pessoas a dizer mal, mas, a maioria delas, sem grande razão. Adorei o "Let the Right One In", li o livro ( que estranhamente não é tão bom quanto o filme ) vi-o quatro vezes no cinema e umas 20 vezes em casa ( metade delas antes de ir ver o filme ao cinema pela primeira vez ). Este remake, não devo ir ver ao cinema mais nenhuma vez, talvez compre o DVD quando for lançado daqui a uns meses...
É como o Mourinha disse na sua critica : " É um óptimo filme inútil" . Porque não é melhor que o original, nem tenta. Porque é demasiado parecido, sem ser melhor em nenhum dos aspectos ( nem nos efeitos-especiais ). Mas não deixa de ser óptimo.

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