sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Happy-Go-Lucky


No outro dia fui ver o Happy-Go-Lucky com a minha irmã. No final do filme as opiniões dividiam-se. Eu saí da sala bem disposto, encantado com a performance da Sally Hawkins, mas a minha irmã saiu um pouco decepcionada, reclamando que não percebeu o objectivo do filme. Depois de reflectir um pouco sobre o assunto, expliquei-lhe que, para mim, o filme quis mostrar que nós devemos viver um dia de cada vez (tal como a tradução do título indica), tentando reagir às adversidades de forma positiva. Ela concordou, mas de certa forma soube-lhe a pouco. De facto, se for esse o objectivo do realizador, a mensagem do filme não é muito original.

Na viagem de autocarro para casa, chegámos à conclusão que o filme não tem propriamente uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Ele acaba exactamente como começa, e a grande conclusão é que ela, a Poppy (Sally Hawkins), é feliz. A personagem principal não aprende nenhuma lição no final e ficamos com a sensação de que nós também não, excepto, claro está, que temos de encarar a nossa vida com uma atitude positiva.

Happy-Go-Lucky apenas retrata a vida de uma professora da primária que encara o mundo com uma alegria fora do normal. É simples. Mas porque será que isto não nos chega? Porque será que não nos conseguimos identificar com a Poppy? Será que, lá no fundo, a consideramos uma fraude? Ninguém pode ser assim tão feliz...

Ou será que somos demasiado cínicos para poder realmente perceber este grande filme?

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